Sérgio Onze

Sérgio Onze começou a cantar aos 6 anos, venceu a Grande Noite do Fado (2003), estudou guitarra clássica no Conservatório de Setúbal e aos 17 anos começa a viver de noite, nas Casas de Fado. Passou pelas Jovens Vozes de Lisboa (São Carlos), atuou no Belém Art Fest e pisou palcos como Campo Pequeno, CCB, Salão Preto e Prata, São Luiz, São Jorge e Tivoli. Internacionalmente, atuou na Alemanha, França, Finlândia, Itália e Roménia. Em simultâneo, cultivou a sensibilidade artística na Faculdade de Belas Artes e explora a multidisciplinaridade da Moda enquanto stylist, concretizando uma elevada consciência conceptual e a exigência de um propósito em tudo o que faz. Sérgio Onze não vem do Fado, não carrega um legado ancestral nem antepassados para honrar. O Fado foi, por isso, uma decisão. Uma escolha que pareceu intrínseca, natural, como se tivesse sido encontrado, ou nele se encontrasse. Como se só a noite, a vulnerabilidade e o espanto soubessem a casa. Começar a cantar desde cedo e construir-se em contacto direto com os grandes mestres fez com que se deslumbrasse por todos os mundos que cabem dentro do Fado tradicional. Com o Fado enquanto fim para um meio e uma voz profunda e retumbante, cheia de certezas mesmo quando só se pergunta, entrega-se ao precipício que é cantar sem deixar os pés em terra firme. Na viagem, leva-nos a todos com ele com tanta firmeza que, quando nos vemos de volta ao cais, temos o corpo virado do avesso e sentimo-nos, finalmente, inteiros.